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SMTUC: Somos Coimbra recomenda que seja reavaliado, com urgência, o funcionamento das oficinas

1ª parte da Intervenção inicial da vereadora Ana Bastos na Reunião de Câmara de 14 de junho de 2021




Os SMTUC têm vindo a degradar o serviço oferecido, de forma extremamente visível e preocupante. O descontentamento dos munícipes está bem plasmado na multiplicação das queixas quer nas redes sociais quer no portal da queixa. O denominador comum a essas reclamações é o não cumprimento de horários e a supressão de horários pré-estabelecidos, como aqui já denunciámos.


A pandemia Covid-19 deu o primeiro empurrão e esta gestão desastrosa está a deixar estes serviços sem rumo e sem futuro.


E porquê? Porque a coligação PS-PCP insiste em dar o “salto maior do que a perna” e, num ato meramente eleitoralista e populista, quer fazer em meio ano aquilo que deveria ter feito ao longo de todo o mandato, sem que se tenha preparado para isso.

O Dec-Lei 52/2015, de 9 de junho, veio transferir as competências, em matéria de planeamento e gestão dos transportes públicos (TP) de passageiros, da esfera do Estado para as autoridades de transportes, com obrigatoriedade de concessão dos serviços de TP até 3 de dezembro de 2019. Porém, num ato de sobranceria e impreparação, e apesar da pressão e dos múltiplos apelos do Somos Coimbra, a coligação PS-PCP insistiu em nada fazer, limitando-se, em cima do prazo, a anunciar o alargamento da rede à zona sul da cidade, agudizando o sentimento de discriminação negativa em relação às populações da zona norte, que há mais de três décadas reclamavam o serviço. Já no início de 2021, sem a devida preparação, decide alargar o serviço à zona nordeste, devido à pressão das populações. Desde então a deterioração do serviço tem sido contínua.


Mas o descalabro total deu-se com a recente entrada ao serviço da ECOVIA que veio absorver mais 12 motoristas. As queixas multiplicam-se e o número de pessoas que ficam a aguardar nas paragens sem acesso a qualquer informação não para de aumentar. Isto é inaceitável e demonstra uma total falta de respeito por todos os utilizadores do serviço! Para levar o “barco ao fundo” só falta o PS anunciar o alargamento às “3 pancadas” do serviço à zona noroeste da cidade!


Repetimos “é muito fácil perder um utilizador do transporte coletivo, difícil é recuperá-lo!”


Os SMTUC não têm frota nem motoristas para fazerem face ao serviço. Por isso, ao longo das últimas semanas repetem-se as práticas de gestão: supressão de chapas em diversas carreiras consolidadas (33, 5, 7, 16, 14, 29, ….) e abuso do uso folgas dos motoristas para desviar recursos para as novas linhas entretanto criadas. Tenta-se captar e ludibriar novos passageiros ao mesmo tempo que se abandonam os que já estavam fidelizados. Erro básico!


Só nesta última semana foram suprimidas em média 7 chapas por dia e trabalhado mais de 160 folgas, algumas em turno duplo contínuo, para suprir a falta de mais de 60 motoristas, com violação das diretivas europeias e da lei laboral, que impõem tempos máximos de condução diários, semanais e quinquenais e tempos de repouso obrigatórios. A agravar, o número de autocarros imobilizados continua a crescer, ultrapassando as 40 viaturas encostadas, fora as que foram enviadas para reparação no exterior. Mas, mesmo assim, os SMTUC insistem na aquisição de mais autocarros usados, alguns já autêntica sucata, com mais de um milhão de kms percorridos. Não admira que alguns até avariem pelo caminho!

Este é um caminho de destruição dos SMTUC que tem de ser invertido, já que está em causa a segurança e a confiança dos passageiros transportados.


Face ao estado de degradação da frota de autocarros, o Somos Coimbra recomenda que seja reavaliado, com urgência, o funcionamento das oficinas, de forma a criar um turno de trabalho noturno, permitindo que as avarias identificadas durante o dia, possam ser reparadas fora do horário de serviço, reduzindo a taxa de imobilizados.


Importa ainda endereçar uma palavra de solidariedade com os motoristas e mecânicos dos SMTUC, frequentemente esquecidos, os quais e apesar da injustiça salarial e desmotivação, são os que aguentam o “este pesado barco à tona”.

Ler a 2ª parte da intervenção da vereadora Ana Bastos aqui.

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