À semelhança do que aconteceu na reunião ordinária de 23 de março e na reunião extraordinária de 7 de abril, o executivo socialista voltou a convocar uma reunião presencial do Executivo da Câmara para a próxima segunda-feira, dia 27 de abril, apesar de ainda vigorar o Estado de Emergência.
Os vereadores do Movimento Somos Coimbra voltaram assim a ser surpreendidos com mais uma convocatória para uma reunião do Executivo da Câmara, em modo presencial, isto depois de já tirem sido enviados dois requerimentos a solicitar a sua participação por videoconferência, relativos à reunião do dia 23 de março de 2020 e um outro para a reunião de 7 de abril. O Partido Socialista (PS) de Coimbra mantém assim a sua incompreensível política de desrespeito pelo confinamento, promovendo "até ao limite do possível" que as pessoas saiam de casa para reunir presencialmente.
Numa altura em que quer o ensino à distância quer o teletrabalho fazem parte da nova rotina da maioria da população, o Somos Coimbra não consegue compreender a obstinação da autarquia nas reuniões presenciais. Inicialmente foram invocadas pretensas dificuldades técnicas, que não é compreensível que no espaço de um mês não tenham sido ultrapassadas, pois qualquer pessoa consegue fazer uma videochamada com vários participantes em poucos minutos. Se, por exemplo, a Câmara Municipal de Coimbra (CMC) participa por videoconferência nas reuniões da Comunidade Intermunicipal, por que motivo não é capaz de promover o mesmo método para as reuniões de Câmara? E se a CMC vai apostar, corretamente, numa cerimónia de comemoração do 25 de Abril de forma virtual, por que razão insiste em manter as reuniões da Câmara de forma presencial?
O Somos Coimbra vai voltar a requerer a sua participação à distância por uma qualquer plataforma de videoconferência escolhida pela CMC, pois entende que é fundamental que a oposição participe nas discussões dos destinos da autarquia. Ao ter impedido de participar os vereadores da oposição nas duas últimas reuniões, o executivo socialista está a tentar silenciar os vereadores sem funções no executivo e impedi-los de participar em decisões importantes para o concelho, utilizando deliberadamente a situação de emergência para suspender a democracia em Coimbra.
Se voltarem a ser impedidos de participar por um qualquer meio à distância, os vereadores do Somos Coimbra vão voltar a solicitar formalmente que lhes seja justificada a falta. Pois o vereador José Manuel Silva é médico numa enfermaria de Medicina Interna dos HUC/CHUC, onde estão a passar cada vez mais doentes que acusaram positividade ao SARS-CoV-2. E a vereadora Ana Bastos, por seu lado, tem de prestar assistência a pessoas da geração anterior à sua.
Câmaras Municipais com meios bem mais limitados do que Coimbra realizam reuniões regulares por videoconferência. O Somos Coimbra sublinha que o facto de a CMC ser uma das poucas autarquias que insiste em reuniões presenciais é um desprestígio para uma cidade como Coimbra, simbolizando particularmente bem a incapacidade da atual liderança camarária para compreender o século XXI.
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