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Posição do Somos Coimbra sobre a Ponte Pedonal de Ligação do Jardim da Casa do Sal ao Monte Formoso


Posição do Somos Coimbra sobre o Estudo Prévio

da Ponte Pedonal Ligação Jardim da Casa do Sal ao Monte Formoso


O Somos Coimbra defende e valoriza a promoção do modo pedonal e ciclável, elegendo-os como os modos privilegiados, a promover nas deslocações em meio urbano, de curta distância. Por isso, dotar a cidade e o concelho de boas condições de circulação pedonal, com particular incidência na segurança e no conforto de circulação, é uma obrigação primária de qualquer autarquia.


No que respeita à passagem superior pedonal proposta para ligação do Monte Formoso ao parque verde da Casa do Sal, o Somos Coimbra não se irá opor. Contudo, gostaríamos de sublinhar que esta não seria a nossa prioridade de investimento para despender um milhão de euros, quando temos noção, que centenas de kms de ruas do concelho, designadamente em meio suburbano, não são dotadas de um mísero passeio.


Aliás, e como já aqui foi defendido pelo Somos Coimbra na reunião de 9 de abril de 2018, aquele parque verde, pela sua localização dentro de um nó rodoviário, onde circulam mais de 50 mil veículos diariamente, é a pior localização possível para oferecer um parque infantil, já que a poluição automóvel, leva a que “as plantas polinizem mais cedo e com mais intensidade e os pólenes tornam-se mais agressivos levando a uma resposta inflamatória agravada”. Estamos assim a promover o desenvolvimento de doenças respiratórias e alérgicas, desde cedo nas crianças. Por isso, nessa reunião, desafiámos o Sr. Presidente a transferir aquele parque para um local mais aprazível, adequado e saudável.


Estamos crentes que, com um milhão de euros seria possível dotar o planalto do Monte Formoso e do Bairro do Ingote de uma estrutura de verde muito mais saudável e prática para responder aquela bolsa residencial e ao resto da cidade, tirando ainda partido da magnífica vista daquela cumeeira, seja para a cidade e Vale de Coselhas, seja para os campos do Mondego.


De forma muito objetiva e racional, não é percetível o ganho de extensão de percurso comparativamente ao circuito atual, já que, o respeito pelo Dec-Lei n.º 163/06 impõe inclinações máximas exigentes (8% em lanços de extensão máxima de 5m), o que se traduz em extensões brutais de rampas, para vencer os 13m de desnível entre o parque verde e a R. de Santiago de Compostela. Isso faz-nos deduzir que, a passagem pedonal, nos termos propostos, apenas servirá deslocações para fins lúdicos, não sendo atrativa para as deslocações pedonais pendulares que aí possam ocorrer. Não sendo conhecidos problemas de segurança no circuito atual que justifiquem este investimento, até porque já é provido de sistema semaforizado, consideramos que se trata da satisfação de um mero capricho político. Trata-se por isso de um investimento sem retorno.


Estando o processo em fase de estudo prévio, o SC contribui com 3 sugestões:

  • a largura de 2m para a estrutura da ponte pedonal e correspondentes rampas é manifestamente insuficiente para responder as necessidades de deslocação pedonal partilhada com a ciclável, devendo ser prevista a largura mínima absoluta de 3m.

  • a orientação proposta para a estrutura e correspondentes rampas torna-se antinatural para cativar a procura de deslocações pendulares de ligação entre o Monte Formoso e a Avª Fernão de Magalhães/R. Aveiro. No sentido de rentabilizar este investimento, importa atrair outros utilizadores, promovendo-se a ligação funcional ao sistema de arruamentos de proximidade.

  • importa salvaguardar a compatibilidade desta estrutura com os estudos de requalificação paisagística do vale de Coselhas desenvolvidos pelo Arqt. Joan Busquets, onde se previa a demolição dos viadutos da Casa do Sal e a criação e uma cortina contínua de verde entre o Vale de Coselhas e o Choupal.


Por se tratar de uma mais valia para a promoção do modo pedonal e ciclável, mas cujo custo se considera exagerado relativamente ao benefício para a população servida, o Somos Coimbra irá abster-se nesta votação.



Somos Coimbra

22 de fevereiro de 2021

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