Imagem da "Coolectiva"
A Coolectiva dirigiu a pergunta "Como ajudar o setor cultural no contexto de pandemia e pós-pandemia" aos diversos líderes políticos da cidade, no âmbito da habitual rubrica "Questões Coimbrãs".
José Manuel Silva, líder do Somos Coimbra, respondeu em nome do Movimento, num contributo que aqui transcrevemos:
«A Câmara deve garantir que as associações culturais e artísticas conseguem atravessar a pandemia e os efeitos do confinamento sem sequelas irreversíveis, para o que seria importante apostar mais em iniciativas digitais e preparar um programa cultural mais intenso para quando a vida puder regressar à normalidade. Algumas boas iniciativas vão sendo desenvolvidas pela Câmara, naturalmente, mas o movimento Somos Coimbra tem apresentado inúmeras propostas em sucessivas reuniões da Câmara, todas elas infelizmente ignoradas. Por falta de espaço, damos apenas alguns exemplos, que assumimos como nossos compromissos futuros:
1) Definir uma clara estratégia cultural e fazer de Coimbra a cidade por excelência da formação, educação, criação e expressão artística, proceder à regeneração urbana da Rua da Sofia, retransformando-a num grande polo das artes, dedicar o pátio da inquisição à cultura e tornar os equipamentos culturais mais acessíveis a todos.
2) Apresentar uma candidatura à Rede de Cidades Criativas da UNESCO, que reúne as cidades que identificaram a criatividade como um fator estratégico para o desenvolvimento urbano sustentável. As 246 cidades que atualmente fazem parte desta rede trabalham juntas para um objetivo comum: colocar a criatividade e as indústrias culturais no centro de seus planos de desenvolvimento a nível local e de cooperação ativa a nível internacional.
3) Criar um Gabinete de Apoio aos Agentes Culturais e uma incubadora de empresas da área cultural e artística, que funcionaria em simultâneo como uma Plataforma de interação em rede de todos os agentes culturais.
4) Aproveitar o magnífico edifício e o espaço da penitenciária para a cultura, educação e lazer.
5) Autonomizar e profissionalizar urgentemente a gestão e disponibilizar espaços no Convento de São Francisco para os agentes culturais que não têm espaço próprio para trabalhar e desenvolver as suas atividades e projetos.
6) Lançar um Festival/Concurso bienal de Arte Urbana.
7) Instituir uma agenda cultural única para o concelho de Coimbra, que inclua, obrigatoriamente a Câmara e a Universidade, trabalhando o marketing cultural.
8) Transformar o Conselho Municipal da Cultura num órgão funcionante, de modo a ultrapassar os constrangimentos a um maior diálogo, atividade, coordenação, integração e inovação cultural do concelho de Coimbra. Coimbra tem um enorme potencial e um riquíssimo património, grande parte do qual fechado e ainda desconhecido das pessoas, pelo que tem todas as condições e a obrigação de vencer a candidatura a Capital Europeia da Cultura, mas vamos receando a insuficiente preparação da candidatura, que exigimos que represente uma viragem definitiva no panorama e afirmação cultural de Coimbra e da região.»
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