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Alta Velocidade: "Coimbra precisa de respostas concretas e da garantia de estação funcional"


1ª parte da intervenção da vereadora Ana Bastos na Reunião de Câmara de 26 de outubro de 2020


O Somos Coimbra regozija-se pela notícia vinda a público na passada semana, onde o ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, no âmbito da apresentação do Programa Nacional de Investimentos - PNI, se comprometeu em avançar com a alta velocidade na sua Ligação Lisboa-Porto, arrancando numa 1ª fase, com o trecho Porto-Soure, passando a linha à margem de Aveiro, com paragem em Coimbra e, numa 2ª fase, em Leiria.


Gostaríamos de cantar vitória por Coimbra, como aliás fez de imediato o PS, mas como diz o provérbio alemão “o diabo esconde-se nos detalhes” por isso continuamos expectantes e muito atentos até que os contornos da solução sejam conhecidos. Tem, o Sr. Presidente a garantia de que a paragem em Coimbra será efetivamente em Coimbra-B? ou estaremos a recuar 15 anos nas negociações?


Recordamos que de acordo com notícia do observador de 22/10 “A execução da linha, vai seguir um traçado previamente delineado pela RAVE (Rede Ferroviária de Alta Velocidade) para a linha de alta velocidade que foi planeada no Governo de José Sócrates o que implica cruzar a linha do Norte em alguns pontos e obrigar à abertura de túneis e à construção de viadutos à chegada a Lisboa.” Nada é curiosamente referido em relação a Coimbra. Mas importa relembrar que o último traçado apresentado em 2007 previa a chegada a Coimbra-B através de um túnel próximo da cota zero que atravessava o planalto de Santa Clara e passava por debaixo do açude-ponte e que, para reatingir a cota de superfície, obrigaria a relocalizar a estação cerca de 500m a norte da atual estação de Coimbra-B. Só esse traçado permitiu definir um corredor de aceleração onde os comboios poderão atingir a velocidade exigida de 250 a 300 km/h. Essa opção que está inclusivamente inserida na planta de ordenamento do PDM em vigor, justificou o desenvolvimento do PU da Entrada Poente de Coimbra, da autoria do Arqt. Joan Busquets, e que esta Camara insiste em ignorar, tendo já assumido compromissos de ocupação do solo incompatíveis.


Estará o projeto minimalista acabado de aprovar para Coimbra B, confinado entre dois novos edifícios, preparado para assegurar a passagem da alta velocidade, designadamente para acomodar a sua adaptação a bitola europeia? Ou, se algum dia este projeto avançar, iremos contar com mais um acrescento ou um remendo mais a norte? ou ainda, vamos recuar a 2004 e readmitimos a deslocalização para poente de Taveiro? São muitas dúvidas e nenhuma resposta! Mas Coimbra precisa de respostas concretas e da garantia de vir a dispor de uma estação funcional, integrada no meio urbano e que se afirme com ponto focal de uma nova centralidade, onde confluam e interajam todos os modos de transporte disponíveis. Não podemos correr o risco de recairmos num modelo assente em 2 estações desconexas e complementares entre si.


Ler a segunda parte da intervenção da vereadora Ana Bastos aqui.

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