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"CaracolBus" - Contributo do Somos Coimbra para as "Questões Coimbrãs" da Coolectiva


Cartoon da autoria do Movimento Humor


A Coolectiva perguntou aos diversos líderes políticos da cidade se o Sistema de Mobilidade do Mondego dá resposta às necessidades da população, no âmbito da habitual rubrica "Questões Coimbrãs".


Ana Bastos, vereadora do Somos Coimbra, respondeu em nome do Movimento, num contributo que aqui transcrevemos:


«Ao invés do modo ferroviário, o transporte rodoviário de passageiros está frequentemente associado a uma imagem negativa, dando resposta essencialmente a extratos sociais desfavorecidos. Por isso, a decisão política, assumida em 2017, baseada em critérios meramente economicistas e à margem de décadas de estudos, de abandonar o metro ligeiro de superfície e de substituir os carris por pneus (MetroBus) deveria, no mínimo, ter sido acompanhado de mais valias compensatórias, o que não aconteceu.


Pelo contrário, o projeto apresenta-se amputado de componentes básicas e deficitário a vários níveis, com perdas de qualidade, eficiência e atratividade. As dúvidas sobre a viabilidade do sistema de guiamento automático no trecho suburbano, fazem antever um sucessivo abaixamento da velocidade de operação para garantia da segurança nos túneis, pondo em causa a competitividade do sistema.


O abandono da variante pela Fernão de Magalhães deixa de fora um grande centro de procura. A decisão insustentada de não servir diretamente o polo I da UC, é um erro básico e dificulta a requalificação urbana e a gestão do estacionamento da zona, tal como exigido pela UNESCO. A eliminação do túnel de Celas traduzir-se-á em perturbações quer no trânsito local, quer nos peões. O projeto minimalista da Estação-B inviabiliza a alta velocidade e a criação de uma interface intermodal. A exiguidade da intervenção, limitada ao canal, não prevê a exigível requalificação urbana e paisagística do espaço envolvente. Falta ainda conhecer outras componentes essenciais, cuja articulação tem de ser plena, como seja a integração de redes (com SMTUC e transbordo com os suburbanos), de informação e de bilhética.


O Sistema de Mobilidade do Mondego era a oportunidade aguardada há décadas para estimular a alteração do paradigma da mobilidade em Coimbra, afirmando-se como a espinha dorsal de um sistema que se quer inclusivo e eficiente. Afinal, teremos acesso a mais uma linha de autocarros. Coimbra merecia muito mais!»

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