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Alta velocidade: "Dirigentes locais assistem passivamente à desvalorização da cidade e da região"

2ª parte da intervenção inicial da vereadora Ana Bastos, na Reunião de Câmara de 26 de julho de 2021



Na semana passada, veio a público que a Infraestruturas de Portugal está a estudar a criação de uma linha direta entre Lisboa e Porto, num modelo a que designaram de “autoestrada ferroviária”, com desvios para o centro de Aveiro, Coimbra e Leiria. Essa mesma pretensão foi veiculada pelo Coordenador do Grupo de trabalho do Plano Ferroviário Nacional, na sessão de auscultação que decorreu na CCDRC, na passada 5ª feira. Prevê-se uma ligação rápida entre Lisboa e Porto, com duração de 1h10min, enquanto que outras linhas serpentearão por ramais secundários, servindo as 3 cidades. Com a integração destas ligações secundárias, o Governo justifica abusivamente o recurso a dotações alocadas à coesão territorial, quando na realidade, investe em soluções que continuam a exacerbar a dinâmica de desenvolvimento bipolar do país, em torno das duas áreas metropolitanas.


O Governo aposta assim num serviço “Alfa” para a ligação Lisboa-Porto, enquanto que Coimbra terá de se contentar com um serviço “intercidades”. A prazo, com a programada substituição da bitola ibérica pela europeia no corredor da dita “autoestrada ferroviária”, Coimbra arrisca-se a perder a ligação ao centro, ou na melhor das hipóteses, a contentar-se com uma paragem desconexa, lá ao longe, algures nos Campos do Mondego.


Segundo o jornal "Público" do passado dia 15, com esta solução a IP “afastaria definitivamente a construção de um moroso e caro túnel sob o Mondego mesmo junto a Coimbra B”. Porém, esta era e é a única solução que verdadeiramente interessa a Coimbra e que já tinha sido assumida, em 2009, pela então Secretária de Estado, Engª Ana Paula Vitorino. Mas esta é coincidentemente a solução mais dispendiosa, pelo que a avaliar pela experiência passada, se Coimbra deixar esta decisão nas mãos dos atores sedeados na capital, a solução selecionada não será seguramente a que melhor servirá Coimbra.


Perante tudo isto, os dirigentes locais assistem passivamente à desvalorização da cidade e da região centro, subjugando-se às vontades do Governo central e a uma cada vez mais consolidada bipolarização do país e menorização de Coimbra. Entende-se que o Sr. Presidente da Câmara Municipal de Coimbra esteja focado no período pré-eleitoral, mas não é compreensível e muito menos aceitável que não tenha reagido nem tomado uma posição formal e frontal sobre esta matéria.

Se esta solução vingar, isso significará que Coimbra desiste definitivamente de se afirmar como o núcleo central de uma área metropolitana da região centro de Portugal. Será mais um contributo para a profunda desvalorização de Coimbra por parte do Partido Socialista!


Ler a 1ª parte da intervenção inicial da vereadora Ana Bastos aqui.


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