Cartoon da autoria do Movimento Humor
Intervenção do Somos Coimbra na Reunião de Câmara de 12 de outubro de 2020
A família com 3 filhos menores, em emergência social e iminência de despejo, que aqui reportei (em anterior reunião da CMC), foi entretanto objeto de alguma caridadezinha, que mitiga mas não resolve a questão de fundo.
Na verdade, continua sem uma resposta efetiva da Câmara, que lava as mãos como Pilatos perante a miséria e o sofrimento dos outros. Os senhores não são comunistas nem socialistas, com todo o respeito, são outra coisa qualquer.
Fazem uma festa, com muitas fotografias e notícias nos jornais porque entregam 16 casas, mas não fazem fotografias nem fazem notícia nos jornais com as 553 famílias em dificuldades, algumas extremamente graves e emergentes, que aguardam por uma resposta da habitação social da Câmara (185 T1 + 201 T2 + 77 T3 + 22 T4).
Quero dizer-lhe, senhor vereador Francisco Queirós, que fiquei chocado com a frieza e insensibilidade das suas declarações na última reunião da Câmara, que estão plasmadas na acta. Referente a esta família, diz que está a ser acompanhada; oh sr. vereador, acompanhada com quê, só se for com binóculos! Esta família, como outras, precisa de uma resposta emergente, não tem absolutamente nenhumas condições para continuar a pagar uma renda de 400 euros/mês por um quase pardieiro, o que é que o sr. vereador não percebe? Estas crianças estão a ficar negativamente marcadas para a vida, também não percebe? Avaliar famílias “de acordo com regras e procedimentos”, como galhardamente afirma, não resolve o problema das pessoas, percebe, ou não percebe? Estas famílias precisam de soluções imediatas e essa é a sua obrigação como vereador com pelouro desta Câmara. Faça alguma coisa, que as hipóteses de resolução são várias.
Se a Câmara não tem dinheiro para resolver o problema de algumas famílias desesperadas, que há muito deviam estar resolvidos, venda o Audi A8, Sr. Presidente, e resolva-os! Como é que o senhor consegue andar de A8 enquanto há famílias na miséria, que a Câmara tinha a obrigação de apoiar e, indecorosamente, não o faz?
- É urgente resolver as situações de emergência social do concelho de Coimbra, que se agravaram com a pandemia COVID-19.
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