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SERIA A PRIMEIRA TURBO-ROTUNDA PORTUGUESA...


Intervenção da Vereadora Ana Bastos na Reunião de Câmara de 02/Julho/2018


Na reunião do executivo 27/11/2017, trouxemos a esta reunião de câmara uma cópia do protocolo de colaboração celebrado, em 2012, entre a CMC e o DEC/UC para construção da primeira turbo-rotunda portuguesa em Coimbra, como forma de recordar um compromisso assumido nunca honrado por esta Câmara Municipal.

Passaram-se 6 anos sobre a data de celebração desse acordo, mas nada foi feito e aquele que, à data se afigurava como um exercício prospetivo de carácter preventivo é hoje aqui novamente trazido como medida corretiva com caracter de urgência.

A população que diariamente acede a Coimbra através da antiga N111-1 (ligação Geria-Campo do Bolão), tem sido sistematicamente esquecida sendo-lhe oferecidas condições de acessibilidade extremamente precárias, seja no que respeita ao acesso por veículo individual seja por transporte coletivo.

A relevância desta entrada na cidade é inquestionável, tendo-se contabilizado, em 2014, a entrada de quase 11 500 veículos por dia e fluxos horários, no pico da ponta da manhã [7h45-8h45] na ordem dos 1 200 veículos. Não nos surpreende por isso que as filas de espera se prolonguem diariamente por mais de 3kms de extensão, e se gere uma marcha lenta, impondo atrasos que, dependendo dos dias, podem ultrapassar os 15 min para percorrer os cerca de 3,7 kms que separam a rotunda da Geria da rotunda do Campo do Bolão.

A agravar os transportes públicos, por estarem impossibilitados de circularem na Avª cidade Aeminium (falta de capacidade de suporte) e na passagem inferior ao caminho de ferro junto à estação velha (falta de pé direito), vêm-se obrigados a contornar a cidade através da Adémia e enfrentar as longas filas de espera para entrar no incontornável nó da casa do sal.

É assim urgente intervir a dois níveis: por um lado, ações imediatas e de baixo custo capazes de mitigar, desde já, os problemas identificados e, por outro lado, ações estratégicas, a médio prazo, capazes de solucionar, de forma integrada as deficiências estruturantes.

A análise e diagnóstico permitiu concluir que a marcha lenta registada na antiga N111-1, resulta maioritariamente da demora geométrica imposta pela presença da rotunda do Campo do Bolão (junto ao posto de abastecimento de combustível) agravada pela geração de pequenos períodos de congestionamento resultantes dos volumes de tráfego conflituante que se registam na rotunda do Choupal.

Impõe-se assim uma ação imediata que poderá ser conseguida, através da criação de vias curtas adicionais nas entradas congestionadas e o consequente ajuste da ilha central para permitir a formalização das duas vias de circulação.

Este ajuste geométrico aplicado à rotunda junto ao Choupal já tinha sido objecto de estudo pela UC e de viabilidade técnica por parte dos serviços técnicos da CMC. A simples criação de vias adicionais com cerca de 15 m de extensão nas entradas norte e sul, permitia aumentar cerca de 40% a capacidade dessas entradas e, desta forma, mitigar drasticamente os problemas atualmente registados, numa rotunda que regula mais de 24 000 veículos por dia.

Contudo, importa ter noção que o aumento da oferta se reflete na redistribuição dos fluxos de tráfego e no aumento da procura reprimida, o que a prazo se traduz no incremento da procura e reposição dos congestionamentos como se de um ciclo vicioso se tratasse.

Nesse sentido é indispensável que a CMC aposte em duas ações estratégicas integradas e que deverão passar a médio prazo por 2 ações fundamentais:

- Priorizar a construção do anel da Pedrulha, no seu trecho de ligação entre a antigas N111-1 e a antiga N1, junto as antigas fábricas da Triunfo. Esta ligação permitirá criar uma alternativa à passagem inferior junto a Coimbra B, e consequentemente reduzir os níveis de procura nas duas rotundas anteriormente identificadas. Complementarmente viabiliza a criação de um circuito alternativo para transportes coletivos;

- Promover o uso do transporte colectivo, enquanto modo de transporte alternativo ao veículo individual. Tal passa não só pela melhoria da cobertura destas zonas sub-urbanas por carreiras com frequência e horários adaptados às necessidades reais dos utilizadores, como pela garantia de competitividade em termos de tempos de percurso. Para tal é urgente que a CMC exija à administração central a construção da estação intermodal de Coimbra B, e a nova passagem inferior à linha ferroviária prevista no âmbito do plano de urbanização da entrada poente de Coimbra. Também a construção de grandes parques periféricos de estacionamento, na zona da estação velha integrados num sistema de park&ridee de bike-sharing(devidamente articulado com a rede ciclável em curso) se revela essencial à promoção da intermodalidade.

Paralelamente, importa reativar o plano de urbanização da zona poente à cidade de Coimbra do arqt. Busquets, devidamente coordenado com a execução da ÁREA DE REABILITAÇÃO URBANA - COIMBRA RIO, enquanto instrumentos de gestão territorial capazes de requalificar e revitalizar a frente de Rio da Baixa de Coimbra e os espaços circundantes à entrada norte.

Só assim podemos mudar e desenvolver Coimbra, da forma que esta merece e deseja!

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