Boletim #6 (24 de janeiro de 2020)
De quem são as responsabilidades políticas e económicas das cheias do Mondego?
De quem são as responsabilidades políticas e económicas das cheias do Mondego?
Há cerca de um mês, na sequência dos efeitos do mau tempo provocado pelas depressões Elsa e Fabien, o Mondego voltou a galgar as margens e a inundar a zona ribeirinha da cidade e várias zonas do distrito, causando inúmeros estragos. Já em janeiro de 2016 as cheias tinham assolado a região, causando diversos estragos em Coimbra, sobretudo nas docas do Parque Verde, ainda hoje por recuperar. Temos de estar preparados para estes fenómenos meteorológicos, que serão cada vez mais frequentes. Em primeiro lugar lembrar o desassoreamento mal feito: os estudos técnicos apontavam para a necessidade de retirar 1,2 milhões de metros cúbicos de sedimento, mas só foram retirados 700 mil, sem explicação válida. Estando as dragas já no rio, o custo acrescido não era muito elevado. Também contra os estudos técnicos nada se retirou entre a foz do rio Ceira e a ponte Rainha Santa, o que obviamente agravou a cheia nessa freguesia, por o Ceira ter tido mais dificuldade em escoar. Por outro lado, centenas de milhares de metros cúbicos da areia retirada do Mondego antes da Ponte-açude foram colocadas no próprio rio depois da Ponte-açude, indo ocupar espaço e depositar-se na zona de planície do rio, dificultando o escoamento das águas, podendo ter contribuído decisivamente para o rebentamento do dique em Montemor-o-Velho. Quanto ao Parque Verde, o Somos Coimbra propôs a subida de cota das docas com a areia do desassoreamento, mas o PS não aceitou e insiste em manter a construção em leito de cheia. Como os fenómenos extremos se vão agravar, corremos o risco de ter o Parque Verde parcialmente destruído quase todos os anos. Aliás, se a recuperação dos estragos de 2016 já estivesse terminada e as docas já estivessem em uso, as docas teriam tido de novo graves prejuízos na cheia deste ano.
Ler a intervenção do vereador José Manuel Silva completa aqui.
Requalificação de Coimbra B secundariza Coimbra
No final de 2018, a Infraestruturas de Portugal, com a concordância da Câmara Municipal de Coimbra, decidiu que a requalificação da Estação de Coimbra-B iria avançar conjuntamente com a empreitada do terminal de Metrobus “numa lógica de racionalização de recursos”, o que atrasou a obra mais de um ano, pois essa requalificação estava inserida na empreitada da modernização da Linha do Norte, com início previsto para o último trimestre de 2019. Sabe-se agora que o novo projeto, que não se conhece, se encontra finalizado. o Movimento Somos Coimbra questiona quando é que o estudo será apresentado e de que forma vai contribuir para a melhoria da mobilidade na cidade. Numa fase em que volta a estar em cima da mesa o projeto da alta velocidade Lisboa-Porto, como é que Coimbra pensa voltar a entrar nessa corrida? O Somos Coimbra defende que é importante reter que o plano de urbanização da zona envolvente de Coimbra B, ignorado e abandonado por este executivo, era efetivamente ambicioso e foi promovido para viabilizar a implantação de uma verdadeira estação intermodal, capaz de receber a Alta Velocidade, os comboios convencionais e o metro ligeiro. Ao mesmo tempo, criava-se uma nova centralidade na zona norte, potenciando a revitalização de uma área degradada, através do seu desenvolvimento económico, paisagístico e urbanístico. Com o seu abandono sem contrapartidas e, sobretudo, depois desta Câmara ter regredido e aceite umas “migalhas” ao manter a atual estação na mesma posição, inviabiliza-se a conjugação de todas as funcionalidades indispensáveis ao fomento da intermodalidade. Com base em que plano é que Coimbra vai defender que a paragem do TGV deve ser em Coimbra ao invés de Aveiro?
Ler a intervenção da vereadora Ana Bastos completa aqui.
Somos Coimbra organiza visita guiada ao Museu da Ciência
O Movimento Somos Coimbra organiza no sábado, dia 1 de fevereiro, pelas 11h00, uma visita ao Museu da Ciência da Universidade de Coimbra (UC). A visita vai ser guiada por Carlos Fiolhais, distinto Professor do Departamento de Física da UC. O objetivo é motivar os cidadãos para a importância da ciência através da investigação e do conhecimento científico produzido na UC, aliado ao indissociável património edificado desse núcleo museológico. Recorde-se que já em 2017, o Movimento Somos Coimbra defendeu o envolvimento do executivo local na concretização da segunda fase do Museu da Ciência. Devido às restrições do espaço, a visita, com o custo de três euros, é limitada a 30 pessoas. Nesse sentido, o Somos Coimbra apela a que os interessados enviem um e-mail para <somoscoimbra@gmail.com> com a manifestação de interesse para a visita.